terça-feira, 4 de novembro de 2008

O preço de uma verdade


Um dos temas mais atuais em relação ao jornalismo é a ética. Alguns autores como Bernardo Kucinski chegam a dizer que vivemos na fase do “vazio ético”. Uma boa dica de cinema sobre o assunto é o filme "O preço de uma verdade". Na produção de Billy Ray, um jornalista consegue se destacar inventando ou copiando histórias como se fossem originais, até ter sua farsa descoberta. A história real de Stephen Glass, repórter da revista norte-americana New Republic, ressucita o debate: Quanto vale uma boa história? Além da reflexão principal, há também a oportunidade de se conhecer um pouco da rotina jornalística. Fica aí a dica!

terça-feira, 28 de outubro de 2008


Estava lendo a minha Bravo! de outubro e achei essa notinha publicada na seção de cartas, que comentavam de uma matéria!
Achei interessante colocar aqui...

Jornalismo ou Literatura?

O que José Saramago, Gabriel Garcia Márquez e Norman Mailer têm em comum?
Resposta: os três têm, ou tiveram, uma dupla militância no jornalismo e na literatura.
Nos dias de hoje, em que a informação mais utilitária e objetiva migrou para a internet, o texto com estilo literário voltou a ocupar espaço em jornais e revistas.


E aí fala que a Bravo! "seguindo essa tendência", procura dar espaço pra estilistas do texto, e que o autor da matéria comentada era um exemplo.

Será que é uma tendência que vai realmente se concretizar e ocupar seu espaço nos jornais e revistas?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O universo dos blogs

Texto publicado em: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=452IMQ005

Por Luis Nassif em 25/9/2007

O fenômeno dos blogs veio para ficar. Nos últimos dias participei de três seminários para discutir o tema. Há quem considere os blogs apenas uma forma de jornalismo se valendo de novas tecnologias. Na verdade, trata-se de uma mudança fundamental na forma de fazer jornalismo.

O jornalismo tradicional obedece a uma espécie de linha de produção com responsabilidades diluídas. Começa com a pauta. O chamado "aquário" (direção) planeja algumas matérias, o pauteiro de cada editoria consolida as sugestões e apresenta as suas.

Em geral se tem um pauteiro por editoria. Ele lê os jornais, recebe os releases das assessorias de comunicação, recebe a relação de eventos programados para o dia, das diversas sucursais.

A partir daí seleciona as pautas. A pauta é um roteiro a ser seguido pelo repórter. Contém algumas perguntas básicas, algumas orientações genéricas ou específicas e o nome de fontes a serem consultadas. Como o pauteiro é grande, mas não é dois, as questões quase sempre são genéricas e as fontes quase sempre são as mesmas.

A pauta é entregue para o repórter, em geral jornalista iniciante. Sem experiência na matéria, em apenas um dia terá que conseguir falar com a fonte, perguntar-lhe sobre o tema em geral (para entender do que está falando) e formular as perguntas solicitadas.

O repórter volta para a redação, entrega a matéria para o redator, que revisará o texto e eliminará erros mais evidentes.

Finalmente a matéria é paginada, cabendo ao editor fazer a manchete. Muitas vezes a matéria sai do "aquário" com determinado enfoque. O repórter, em contato com a notícia, apura visões distintas. Para manter o enfoque original, em muitos jornais haverá manchetes que não reproduzem fielmente o texto. Em parte devido à pressa do fechamento; em parte para atender às solicitações do "aquário".

Conceito ampliado

Nos blogs jornalísticos, o jogo é diferente. O blogueiro coloca uma nota. Os leitores entram comentando. Muitas vezes meramente para externar sua opinião. Outras vezes, trazendo informações adicionais, questionando o enfoque escolhido. São milhares de pessoas espalhadas por várias localidades. Dependendo do ambiente criado poderá haver uma riqueza e rapidez informações imbatível. Dependendo do ambiente, informações incorretas ou injuriosas.

No estágio atual, há muita catarse nos blogs. Em parte provocado pelas possibilidades abertas pelo novo "brinquedo". O leitor médio ganhou direito ao consumo nos anos 1970, ao voto nos anos 1980, à opinião, nos anos 1990, mas ainda de forma estática – enviando cartas aos jornais ou, através de pesquisas, induzindo o jornal a dar o que ele deseja. Com a internet, ele passa a ser voz ativa no processo. Pode opinar diretamente, sem intermediários.

No primeiro momento, o abuso faz parte do jogo. Depois, o sistema amadurece como um todo.

A próxima etapa da internet e do sistema de blogs será a ampliação do conceito de comunidades – que hoje já existe em portais tipo Orkut. Comunidades de estudiosos, ou de empresas se juntarão no mesmo ambiente, trocando informações, produzindo informações e fazendo negócios.

Pesquisa Ibope

Segundo dados do Ibope, a maior parte dos leitores de blogs jornalísticos está na faixa etária superior a 30 anos. Os leitores mais novos freqüentam mais blogs não-jornalísticos. E buscam informações de uso prático, como ferramentas de hacker, relacionamento, trocas de músicas etc. Por isso a idéia de que os blogs jornalísticos ainda são, no fundo, extensão do colunismo nos jornais.

Fim do jornal?

A idéia de que a internet vai substituir os jornais é falsa, segundo consenso dos debatedores de evento promovido pela Lew Lara Propaganda. Como lembrou o professor Carlos Chaparro, jornal não é meramente o que sai publicado em papel. Um jornal é uma instituição, com personalidade própria, leitores, formas de tratar a informação. O fato de sair em forma impressa ou digital é detalhe, não o essencial.

Credibilidade dos blogs

Questionou-se a questão das informações não-identificadas, ou dos spams que circulam pela internet. Ou mesmo de blogs falsos, como alguns criados para iludir a opinião pública. Nos Estados Unidos, por exemplo, fez sucesso um blog que era feito por um Steve Job (o criador da Apple) falso. Esse caos faz parte do jogo inicial. Com o tempo o próprio público irá criar âncoras de opinião, onde se escudar.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Apurar pra quê?

Uma das tarefas mais importantes do jornalismo é a apuração. Aquela arte de ficar horas, as vezes até dias, pendurado no telefone, batendo perna por aí com o objetivo de descobrir se o que te contaram é verdade. Talvez aí esteja a principal diferença entre jornalismo e fofoca. As semelhanças entre essas duas formas de comunicação são muitas: primeiro a proximidade e interesse do interlocutor (ninguém quer saber de algo que aconteceu com a prima do vizinho do namorado da amiga do tio da minha colega). Até que se for uma coisa muito fora do comum vale dar uma espiadinha. No jornalismo, isso se chama critério de noticiabilidade. Outra tática é o início da narrativa, o " menina nem te conto" é extremamaente chamativo. Assim como o primeiro parágafo do texto jornalístico( pelo menos deveria ser). Mais uma vez digo são muitas as semelhanças, mas neste texto não me cabe descrevê-las. Como anunciado anteriormente, prefiro me dedicar a principal diferença a apuração. Na fofoca, cabe passar pra frente uma informação meio suspeita. No jornalismo NÃO.
A Wikipedia descreve o ato de apuar como "etapa do processo da produção jornalística no qual se busca informações que podem ou não ser empregadas no texto final. A apuração é normalmente associada a matérias, mas qualquer conteúdo jornalístico exige alguma apuração.Ir até o local dos acontecimentos, buscar documentos, entrevistar fontes, ou realizar pesquisas de qualquer tipo são os métodos de apuraração. No caso das matérias jornalísticas, a pauta pode ser considerada o ponto de partida da apuração. No caso dos veículos impressos, o que sucede a apuração é a redação e, idealmente, a confirmação das informações apuradas".
Essa explicação gigantesca fala da apuração como prática jornalística, mas nada fala da falta dela durante o processo. A publicação de uma informação errada pode ser responsável por um estrago sem volta. Quem não se lembra do caso da escola infantil?
Mas essa enrolação toda é só para indicar a leitura de uma entrevista feita com o jornalista Caco Barcelos, que por trabalhar com jornalismo investigativo ( na minha opinião, termo redundante já que todo jornalismo carece de investigação. Mas isso é tema pra outa conversa!) sabe bem da importância da aupração. A entrevista foi feita pela Revista PJ:Br em julho deste ano. Para ler é só acessar este link aí :http://www.eca.usp.br/pjbr/arquivos/entrevistas10.htm

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Alternativas

Achei esse texto publicado em 2005, já demonstrando uma preocupação com o futuro do Jornalismo Impresso, fazendo as considerações que hoje já conhecemos bem...


Adaptação da mídia impressa

O editor do Observatório da Imprensa Online, Luiz Egypto, fala dos desafios criados à mídia impressa após o advento do jornalismo na internet.
Egypto:
- Cinco anos atrás, no estouro da bolha pontocom, os executivos de mídia quebravam a cabeça para descobrir qual seria o modelo econômico do jornalismo na internet. Hoje, com a crescente consolidação dos meios digitais, a pergunta que se faz é outra: qual será, daqui a cinco anos, o modelo econômico do jornalismo impresso?
O jornalismo está mudando em função da crescente simbiose das mídias. E muito embora o jornal em papel seja insubstituível, por motivos vários, alguns deles correrão sérios riscos de sobrevivência caso não se adaptem aos novos tempos.
O desafio é grande. Alguns dos diários mais importantes do mundo já trabalham na fusão de suas redações “de papel” com as de internet. Mas a questão que ainda assalta a todos diz respeito a como gerar valor a partir dos conteúdos oferecidos na Web.
Na economia digital, quanto maior o número de utilizadores, a um custo próximo do zero, maior o valor do produto ou serviço. Por enquanto parece difícil entender isso. E os próximos anos prometem fortes emoções para a imprensa.

texto retirado de: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/oinoradio.asp?id={301C7B19-8074-4EEA-9915-F78B165DB3FE}&data=200512


Resolvi então procurar quais foram algumas alternativas que surgiram e coloquei aqui as que eu considerei mais interessantes...

Retiradas de: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/net_arquivo.asp?edi_i=350&edi_f=359

CNN Pipeline

CNN na rede O novo serviço de vídeo da CNN chamado Pipeline conta com quatro canais de
vídeo com conteúdo pago noticioso exclusivo na web. O serviço tem como público alvo as pessoas
que estão em escritórios e não têm uma televisão por perto. Com isso, a emissora segue sua
estratégia de construir uma "CNN web", disponibilizando vídeos ao vivo, arquivos e clipes das
notícias. Para os internautas usarem o CNN Pipeline, os assinantes precisarão fazer um download
de um video player. Por enquanto, é possível assistir a uma demonstração gratuita. Em inglês.


Google news em português

A versão em português do serviço de notícias online do Google, o Google News, coleta notícias de
mais de 200 veículos online do Brasil e de Portugal, que são atualizadas a cada 15 minutos. As
matérias são separadas nas editorias de Saúde, Entretenimento, Esportes, Ciência e Tecnologia,
Negócios, Brasil e Internacional. O internauta pode optar por criar um layout personalizado, de
acordo com os assuntos e editorias de seu maior interesse, e por receber atualizações via e-mail
sobre os assuntos definidos por ele.

Newsacademic

Jornal internacional para crianças O Newsademic é direcionado às crianças e àqueles que estão
estudando inglês como língua estrangeira. O jornal tem como objetivo educar e informar sobre
temas internacionais do dia-a-dia. O Newsademic é distribuído por e-mail a cada quinze dias e
pode ser lido na tela ou impresso. Não são publicados anúncios, nem artigos sobre televisão,
esportes, jogos, ou cultura popular. O foco é nos eventos internacionais que afetam o mundo em
que vivemos. Os países que aparecem nas matérias são mostrados em um mapa mundial. O
jornal é exclusivo para assinantes, mas um exemplar gratuito pode ser visto em seu sítio. Em
inglês.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A cauda longa do jornalismo

Um site interessante para quem quer conhecer a opinião da tribo jornalística ou mesmo ficar por dentro do que acontece no mundo é o jornalistasdaweb. Dando uma voltinha por lá, acabei encontrando um texto que tem tudo a ver com a proposta deste blog. Acredito até que serviria como post inaugural do site. Mas como uma das vantagens da internet é a liberdade que o opinador tem em relação ao tempo, não vejo problema em publicar algo no meio da discussão.
Explicações feitas, falaremos do texto em si. Em A cauda longa do jornalismo, João Carlos Rebello Caribé tenta de uma maneira sucinta fazer um panorama do jornalismo da atualidade. Para isso, ele se apóia em diversos trabalhos, entre eles o livro A Cauda Longa do americano Chris Anderson. Só para adiantar um pouco o assunto o tema central do artigo é o debate entre novo jornalismo X a credibilidade do jornalismo tradicional. Fica aí a dica de leitura de um texto que apesar de parecer um pouco superficial toca em um assunto importante.

Artigo na íntegra:http://www.jornalistasdaweb.com.br/index.php?pag=displayConteudo&idConteudoTipo=2&idConteudo=3118

domingo, 31 de agosto de 2008

Artigo retirado de: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R0786-1.pdf

Imprensa popular: sinônimo de jornalismo popular?
Márcia Franz Amaral

Resumo
Desde a década de 1990, grandes empresas de comunicação vêm lançando jornais destinados a leitores populares. O artigo menciona especificidades dessa imprensa popular e debate as relações que ela estabelece com o jornalismo. Discorre sobre três valores- notícia importantes nesses jornais: o entretenimento, a utilidade e a proximidade. O objetivo é rascunhar alguns contornos do conceito de jornalismo popular e criar pistas para padrões de um jornalismo de qualidade destinado as classes menos favorecidas.

Texto na integra em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R0786-1.pdf